BHS - CLASS OF 2000 AND 4EVER

30 de jan. de 2014


Antes de ontem fui visitar a escola onde estudei o meu ensino médio. Essa seria a última vez que eu veria aquela escola do jeito que eu lembrava: com os meus professores ainda lá, cada um em sua respectiva sala. Me surpreendi com o nervosismo que eu senti ao entrar pela entrada lateral e me deparar com aquele corredor gigante por onde eu já passei inúmeras vezes (e olha que não faz nem tanto tempo assim!). Parecia que eu era uma freshman de novo, começando tudo outra vez. Por um segundo, eu queria realmente acreditar que eu era.

Não fui a menina mais popular do colégio. Também não fazia parte de nenhum grupinho.  Tinha alguns (bons) amigos e aproveitei cada segundo que o meu colégio pode me oferecer. Engraçado que quando estamos lá, não damos valor ao nossos amigos de cada dia, aos nossos professores que tanto nos ensinam e muito menos as atividades que poderíamos fazer. Só fui me tocar disso no meu último ano, depois de ter passado três sem fazer absolutamente nada.

A primeira pessoa que encontrei quando cheguei lá, foi a minha antiga professora de ELD (English Language Devolpment - um cursinho de inlgês pra galera imigrante). Só fiquei com ela por 1 ano e meio e mesmo assim mal a vi. Meus primeiros 6 meses na escola, foram apenas para eu poder fazer amigos e conhecer o sistema, já que "entrei" no segundo semestre. Não valia nada. Depois, quando realmente passou a contar, fui para um nível mais avançado de inglês e passei a ter aula com os americanos e o único horário que eu tinha com ela era tipo aula livre. Engraçado que ela foi uma das que mais me ensinou e que mais me incentivou em relação as coisas. Talvez por se identificar com os alunos (ela era francesa e veio para os EUA quando era adolescente), talvez por ser o jeito dela. Só sei que sempre que podia, mesmo depois de não ter nenhuma aula com ela, passava na sala dela para conversar.

Depois, fui para a sala da minha antiga professora de inglês e jornalismo. Ela é um senhora super querida e apesar de já ter detestado sua aula antes, amo a pessoa que é (tipo uma avózinha fofa e entusiasmada com tudo). Fiquei sabendo que iria se aposentar no final desse ano letivo. Primeira grande mudança!, pensei. Já não conhecia mais nenhum aluno no colégio e, em breve, não conheceria nem mesmo os professores. Foi ela uma das pessoas responsáveis por eu ter achado a minha vocação. Nunca serei grata o suficiente. Será uma das pessoas que mais me farão falta.

Fui para o segundo andar, falar com as últimas pessoas que faltavam: minhas lindas professores de italiano. Estudei a língua por 3 anos, de segunda à sexta, e, no meu último ano, viajei para a Itália com elas e com a minha turma de italiano. Foram 2 semanas que ficarão para sempre guardadas na minha memória e elas, sempre no meu coração. Me fizeram amar aquela cultura, aquela língua, aquelas pessoas. Encontrei na Itália um pedaço do meu coração, e tudo graças a essas duas pessoas maravilhosas. Hoje, mal consigo falar ou escrever qualquer coisa em italiano, mas ainda entendo quando falam comigo ou quando leio algo. As "signoras" foram as responsáveis por me darem a minha terceira língua (bom, meia língua no momento rs). As levarei pra sempre comigo.

Com isso, saí da escola pelo mesmo portão por onde entrei pela primeira vez, há 7 anos atrás. Entrei no meu carro e fiquei ali, parada, me deixando lembrar de tudo que eu já passei no Burlingame High School. Senti um aperto no coração pelos professores e funcionários que já saíram de lá, pelos alunos  e companheiros de sala que hoje estão se aventurando em outras coisas e pelo fato de que não irei mais, tão cedo, entrar por aquelas portões. Doí ter que dar adeus para uma coisa que, querendo ou não, marcou tanto a nossa vida. Acho que por isso me recuso a dar adeus e sim, apenas, um até logo.

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