O MIMIMI DA "FALTA DE EMPREGO"

18 de out. de 2013

Todo mundo adora afirmar que não temos emprego no Brasil (ou no mundo, diga-se de passagem). Enquanto alguns dizem que a crise é a culpada, outros falam que o problema é a idade. Pessoas que fazem 4 anos ou mais de faculdade e dizem que não conseguem encontrar algo na área em que se especializaram. Bom, pra mim isso é tudo um monte de mimimi.

Ontem fui na lanchonete da minha faculdade, onde fui mal atendida. Depois de ver um bando de gente que estava atrás de mim receber o mesmo pedido que o meu ANTES, lembrei a moça do meu pão na chapa. Esta, me pediu calma, virou de costas e ficou falando com a colega "aff, tá com pressa e que não sei o que..." Isso por que o meu pedido foi feito antes de o de muita gente e eu estava ali pacientemente esperando. Conclusão da história: ela me deu o meu pão de má vontade e ainda ficou falando quando eu saí, como se eu estivesse errada.

Vemos isso em tudo quanto é lugar aqui pelo Rio. São vendedoras (e bancários, e recepcionistas, e vários outros "es") que acham que estão fazendo um favor a nos atenderem, profissionais de obra que não cumprem as coisas no prazo, secretárias que saem mais cedo... Quando ficam sem emprego, adoram culpar a empresa ou o mercado, nunca olhando para o próprio "rabo". Será que a culpada é a empresa? Será que você, querido profissional do mercado, não fez absolutamente nada para merecer isso? Logo você que atende todos com um sorriso no rosto, é gentil, está sempre pronto para ajudar, é pontual... Será que você é realmente tudo isso que acha ser?

As pessoas acham que por terem um nível superior completo ou por estarem empregadas em algum lugar, não precisam ficar se especializando quando, na verdade, todos nós precisamos estar constantemente atualizados nas coisas que o mercado procura. Isso não vale só para o engenheiro mecânico não! Isso vale para todos os profissionais, de todas as áreas, independentemente de buscarem uma carreira ou não.

"Ah, mas é caro ficar fazendo cursinho para se especializar..." Bom, meu pai sempre disse que o derrotado sempre procura desculpas para justificar a sua derrota. Não tá podendo investir em um curso no momento, a Internet está aí pra isso. Hoje, existem vídeos no Youtube que ensinam de tudo: de aula de inglês à como consertar um teclado de computador ou mexer no photoshop. Se você trabalha em algo menos técnico, sorria e procure maneiras de se diferenciar de seus colegas de trabalho. Tenho certeza que se você trabalha em uma loja (ou na lanchonete da universidade), sorri e procura sempre dar o seu melhor, os clientes começaram a te destacar dos demais, seu supervisor irá perceber, e, além de você manter o seu emprego por mais tempo, você poderá ganhar até uma promoção. Um pouco de bom-humor e uma boa prestação de serviços pode mudar muita coisa. Os clientes (e o mundo!) agradecem!

O REVOLUCIONÁRIO DO SUBÚRBIO E A PATRICINHA DO METRO


Ele. Estação Cinelândia. 13:30

Pedro entrou e procurou um lugar para sentar. Não estava cheio (algo inédito no metro sentido Pavuna) e por isso encontrou logo um, de frente para uma garota de longos cabelos castanhos e pele branquinha. Ficou encantado. Ela carregava sua bolsa sob seu colo e escutava música pelo celular. Parecia estar em um outro lugar e por um segundo ele queria poder ir com ela. Desviou o olhar quando a menina olhou para ele, e tirou do bolso da sua calça jeans rasgada um panfleto sobre a manifestação que teria mais tarde. Ele iria, claro! Não aguentava mais esse sistema capitalista cheio de porcos imundos explorando a sociedade e seus trabalhadores. Ele era do time de pessoas que queriam mudar o sistema. Passou a vida toda vendo os pais trabalharem até tarde da noite para poderem dar um bom sustento para ele e para a sua irmã, e nunca serem valorizados. Voltou a olhar para a menina que agora o encarava com uma expressão estranha. Seria medo? As pessoas costumavam falar que ele assustava de primeira, com seus cabelos loiros ondulados e bagunçados e sua barba grande. Resolveu que deveria tentar falar com a garota, mas como? Ela obviamente vinha de um mundo onde as coisas eram dadas, merecidamente ou não. Ele lutava exatamente contra esse mundo em que ela vivia. Nunca ia dar certo. 

Quando chegou na estação Maracanã, ela se levantou, sorriu para ele e foi embora.

Ela. Estação Cinelândia. 13:30

Catarina tirou o Iphone do bolso e botou The Smiths para tocar. Era aquela música, daquele filme, uma que ela não sabia a letra toda, mas que adorava cantarolar por aí. Nem percebeu quando um menino alto, loiro e barbudo entrou no mesmo vagão que ela e sentou na sua frente. Só foi percebe-lo, quando sentiu uns olhos verdes à observarem. Achou engraçado a maneira como ele desviou o olhar, pegando um panfleto que estava no bolso da calça jeans rasgada dele e fingindo que nem a tinha notado. O panfleto falava sobre uma manifestação que ela tinha lido na capa de um jornal quando estava a caminho da faculdade. Sentiu medo por ele. A violência da polícia militar do Rio estava dando o que falar e havia boatos de que os radicais estavam sendo torturados. Ele parecia ser um desses radicais. "Próxima estação, Maracanã. Desembarque pelo lado direito." Essa era a sua estação. Queria poder admirar mais o menino, poder tentar entende-lo... quem sabe até falar com ele? Mas eles pareciam ser de mundos separados. Distantes. Nunca ia dar certo.

Quando chegou na estação Maracanã, ela se levantou, sorriu para ele as palavras que nunca iria dizer e foi embora. 

O QUE EU QUERO SER QUANDO CRESCER

16 de out. de 2013

Quando eu era mais nova, eu queria ser um bando de coisas. Até os meus dez anos, sonhava em ser médica, porque a minha mãe achava que era uma profissão muito bonita. Aos 14, achava que estava destinada a ir para São Paulo fazer direito na Mackenzie (oi?). Assim que fui morar com a minha mãe nos EUA, decidi que queria fazer faculdade de teatro. Depois de um tempo, moda. Até que, no meu terceiro ano, uma professora minha chegou e disse que o perfil da minha redação era bem jornalístico. "Hmm, tá aí. Nunca pensei nessa possibilidade." Minha escola possuía jornalismo, e então, no meu último ano, entrei para o The Burlingame B - o jornal da Burlingame High School. Desde então, sei exatamente o meu lugar no mundo.

No momento, estou fazendo jornalismo em uma faculdade carioca e estagiando na TV universitária. Graças a esse estágio, participei de um dos maiores eventos de jornalismo investigativo do mundo: o Global Conference of Investigative Journalism. Palavras não podem expressar a minha gratidão por ter feito parte daquela verdadeira aula a céu aberto. Jornalistas de todos os cantos do planeta, trocando ideias e aprendendo uns com os outros. Não era como se eu estivesse em uma conferência de advogados ou engenheiros, aonde existe toda uma hierarquia e uma maneira de falar com pessoas "superiores". Não, no jornalismo, todo mundo te cumprimenta com beijo no rosto e falam com você de igual para igual, independentemente se você está na Globo ou se você está em um estágio. Todo mundo se ajuda.

eu brincando de ser jornalista "profissa" rs

Nesse evento, meu futuro foi posto a prova quando tive que entrevistar um dos maiores nomes do jornalismo na atualidade: o Glenn Greenwald (foto acima). Para quem não sabe, ele foi o responsável por divulgar as informações que o Edward Snowden tinha consigo sobre as espionagens americanas em terras brasileiras e em outros lugares. Vendo a palestra do cara, pude ver toda a dedicação de quem se dedica a "mudar o mundo", afinal, jornalismo é isso. Quando chegou a hora de entrevistá-lo, fui lá para frente e participei de uma verdadeira briga de cachorro grande, disputando microfone com o repórter da Band e com outras pessoas que ficavam enfiando o seu gravador quase na cara do sr. Greenwald. Tremi, fiz as minhas perguntas e ainda segui o cara para fazer mais perguntas do lado de fora. Não posso levar todo o crédito também, dois meninos (um que estagia na rádio e outro no impresso) me ajudaram e acredito que fomos uma verdadeira equipe. Isso é outra coisa que eu admiro no jornalismo: esse constante trabalho em equipe que fazemos.

Enfim, falei, falei, falei e no final... não disse nada. Esse post (o primeiro!) é apenas para poder mostrar a apreciação que eu tenho por essa carreira linda que eu escolhi seguir. Amo cada minuto no meu estágio, amo cada minuto que estou atrás das câmeras ou na frente delas. Amo cada minuto que entrevisto alguém. Obrigada Comunicar por ter me proporcionado esse momento único na minha vida. Obrigada equipe, por serem os lindos que vocês são. Já dizia o poeta:

"Escolha um trabalho que você ame, e não terás que trabalhar um único dia em sua vida"

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