BC: A PRIMEIRA VEZ QUE EU OUVI A MINHA BANDA FAVORITA

21 de jul. de 2014

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva/MEME feito pelo grupo ROTAROOTS. Se quiser conhecer mais sobre o grupo e voltar para a época de blogs "das antigas", só participar do grupo no Facebook e se inscrever no Rotation.
2006. Um ano que ficaria para sempre marcado na minha vida. Terminei o ensino fundamental nesse ano, conheci meninas que chamava de "irmãs", tinha fake no Orkut (e adorava essa realidade alternativa), tive meu primeiro namorado e primeiro amor, descobri o mundo fantástico de SAN e, por causa desse último, conheci o McFly.


Para quem não conhece, Sábado a Noite (SAN) era uma fanfic interativa escrita pela Babi Dewet que focava nos meninos do McFly. Lembro que não conhecia a banda, então o Google virou meu melhor amigo e fui botando os nomes aleatoriamente nas caixinhas de pergunta. A história da Carolina e do Dougie (hehe) me cativou de primeira e em uma noite, depois de muita dor de cabeça por ficar lendo tudo na tela do computador, terminei a história. Tá, ainda não falei da história. Bem, tem as garotas populares do colégio e os marotos (a galera do McFly + o Jame Bourne, que para mim era o Pierre Bouvier). Aí tem uma banda que passa a tocar nos bailes de sábado a noite do colégio e as músicas usadas, sempre tem tudo a ver com a história e são todas músicas do McFly. Foi assim, que eu comecei a conhecer a banda, usando o Youtube para ouvir as músicas e entrar no clima da história.

Foto que eu tirei na época, assim que comprei meu primeiro CD deles hehe

Depois daquela noite, entrei no Limewire (saudades #rip) e baixei todas as músicas que eu conseguia daquela banda. Passei a ficar viciada neles. Sabia tudo de todos, entrava diariamente no McFly Addiction e comecei a divulgar a banda para todos os meus amigos do colégio. Não tinha ninguém que falava comigo que não conhecia eles. Fiz algumas amigas lerem a "fic" também, e aí elas também começaram a ficar viciadas nele, e começaram a divulgar também e aí o McFly começou a crescer (sim, porque foi tudo graças a gente #aham #sóquenão). Tínhamos dias de SAN, ficávamos debatendo sobre quem era o mais bonitinho (porque né, só tínhamos 14 anos e éramos adolescentes toscas), botávamos as músicas para tocar... enfim. Tudo ao meu redor musical se resumia a eles. Lembro que encontrei o "Just My Luck" vendendo na Saraiva e implorei pros meus avós comprarem, porque era a minha banda favorita e eu tinha, genuinamente, ficado ridiculamente feliz de ter achado esse CD (vide foto). Fiz aquele primeiro namorado aprender as letras e brigava sério com ele quando ele vinha me falar que "Not Now" do Blink (que eu também curto, diga-se de passagem) era mais profundo do que "I've Got You".

Foto do Alexandre Durão/G1

Os anos se passaram, eu me mudei para os EUA, eles fizeram shows no Brasil que eu não fui, meu amor foi diminuindo, mas nunca, nunca, acabou. Em 2012, rolou o Z Festival no Rio e eles tocaram. Eu já tinha voltado para o Brasil, e tinha uma aula super chata e difícil no dia do festival. Debati muito comigo mesma sobre ir ou não. Depois de ter me convencido de não ir, mudei de ideia uns dois dias antes do show, peguei o meu namorado e fomos até o HSBC Arena comprar ingresso. Eu sempre disse que eu só iria morrer em paz quando fosse em um show do McFly. Eu simplesmente tinha que realizar esse sonho. Fomos. Numa boa, eu sempre ri e achei ridículo essa galera que chora em shows.... até acontecer comigo. Eu, com meus 20 anos na cara, chorei o show todo! Meu namorado só me olhava, mas eu estava cagando para isso. Eu não acreditava que eu finalmente estava assistindo a minha banda favorita ali, na minha frente. Eu esperei anos por aquilo e, naquele momento, meu eu de 14 anos simplesmente possuiu o meu corpo e cantou e vibrou com todas as músicas que eles tocaram (quando eles cantaram "No Worries" então... putz, morri). Eu nunca estive tão feliz na minha vida. Realizei um sonho de anos e agradeci eternamente ao meu namorado por ter topado ir comigo, porque, realmente, eu nunca teria me perdoado por ter perdido esse show.

Até hoje ainda cultivo um amor e um carinho muito especial por esses meninos britânicos. Quando o Tom e a Gio casaram, eu vibrei. Quando o Harry e a Izzy casaram, fiquei muito feliz por eles. Quando o Buzz nasceu, eu fiquei genuinamente feliz pelo Tom e pela Gio. Enfim, o que eu quero dizer é que eles sempre vão ter um lugar no meu coração. Não adianta quanto tempo passe. Serei sempre uma galaxy defender.

SOBRE AS SAUDADES

20 de jul. de 2014

Nossas batalhas diárias não são muitas. Não temos que atravessar rios e montanhas e nem lutar contra sociedades diversas, como alguns personagens dos meus livros favoritos. Isso não é ficção, é vida real, e assim como tal, tem suas próprias dificuldades.

Aqui, nós temos que lutar pequenas batalhas para podermos sempre nos achar. Seja a distância que sempre acha uma maneira de nos afastar, ou seja os sentimentos tolos que sempre fazem com que briguemos. Esses são os nossos rios e montanhas. Essas são as sociedades que temos que batalhar a cada dia e não podemos nunca deixar de vencer.

Eu sinto sua falta. Não quero nem pensar nesse tempo longe em que eu tenho que batalhar para não pensar em você o tempo todo. Porque quando eu penso, eu sinto. E quando eu sinto, eu choro. Não gosto de demonstrar fraqueza, mas cá estou. Escrevendo um texto completamente sem sentido porque eu sinto a sua falta.

18 de jul. de 2014

O por-do-sol da reflexão

Ontem, no final da tarde (tudo bem que já eram 20h da noite, mas o sol estava começando a se por só então. Noite pra mim é quando está escuro, então se ainda está sol, tecnicamente não é noite, né?), quando estava voltando do meu passeio de bicicleta por Burlingame, me dei conta de uma coisa: em alguns meses, eu não vou mais poder fazer isso. Não vai ter mais passeio de bike pela baía, vendo o sol californiano se por. Não vou mais poder reclamar do frio e da neblina insuportável de São Francisco que me impedem de ir a praia. Não vou mais poder reclamar que vou ter que sair do Brasil para poder morrer de tédio aqui. Não vou mais poder ver meus (poucos, porém verdadeiros) amigos. Tudo isso vai mudar e só agora a ficha caiu.

Eu nunca morri de amores por aqui. Quando cheguei em Burlingame, eu tinha 14 anos, estava realmente chateada por ter saído do Brasil (tudo bem que ninguém me obrigou a sair de lá, mas na época eu "precisava de mudanças"; ou seja, um namoro meu terminou e eu precisava não olhar pra tudo que me lembrava ele. Drama queen much?), não falava inglês muito bem e o meu relacionamento com a minha mãe era estranho e distante. Os meus primeiros meses aqui foram na fossa. Eu me apegava a tudo que me conectava com a minha vida brasileira. Passava horas no telefone com o meu melhor amigo, trocava milhões de mensagens no MSN com amigos (e com o tal ex) de lá e detestava cada segundo daqui - o que é ridículo, considerando que tem coisas aqui que me atraem SIM, por mais que eu queira me convencer que não. Isso durou uns três/quatro meses, até eu entrar na escola. Conheci pessoas novas, fiz amigos e fui me adaptando lentamente a esse lifestyle americano. 

Não me leve a mal. Eu ainda era completamente apegada ao Brasil. Não me permitia admitir para mim mesma que talvez eu gostasse da calmaria dessa cidade pequena (tão diferente da agitação de cidade grande do Rio), que ter vindo pra cá foi uma puta experiência pra mim etc. Achava que estava me traindo. Quando falavam no Brasil que eu estava ficando americanizada, eu negava de pés juntos. Só que a verdade era que eu estava ficando americanizada. Eu ia pra minha escola americana, ficava o dia todo com americanos, falava mais inglês do que português, lidava com as coisas que eles gostam constantemente.... Era impossível ser 100% brasileira. O que eu não sabia na época era que isso não era, necessariamente, uma coisa ruim. Eu só fui me dar conta disso ontem, às 20h30m, quando eu estava voltando pra casa de bicicleta, vendo o sol se por atrás do Aeroporto Internacional de São Francisco, quase oito anos depois de ter vindo pra cá pela primeira vez.

Eu sempre disse que o Brasil era o meu lar. Disse tanto que até tatuei, literalmente, isso em mim. Porém, uma pessoa com duas casas, constantemente dividida entre dois países, pode honestamente dizer que só tem um lar? Seria mais uma vez mentir pra mim mesma. Eu aproveitei os meus anos teens mais aqui, nos EUA, do que no Brasil. Fui moldada por essas duas culturas, querendo ou não. Isso não é algo ruim. Isso é único. Isso me faz ser única, entre tantas pessoas. Negar as minhas raízes americanas, é a mesma coisa que negar uma parte das minhas raízes brasileiras. O Brasil não é exclusivamente o meu lar; os Estados Unidos também são. Da mesma maneira que eu sempre vou ter o Rio de Janeiro como um porto seguro, eu também terei essa cidadezinha pequena e chata que eu aprendi a amar. Não queria ter que deixar ela pra trás, mas tenho certeza que ela nunca ficará esquecida dentro de mim. Ficará adormecida, como o Rio ficou durante um tempo.

Como diz o clichê que significa a minha tatuagem: home is where the heart is - seja aqui ou acolá.

[NAO ACEITA//]

11 de jul. de 2014


Para aqueles que ainda não estão sabendo das novidades, o nosso querido e antigo Orkut irá deixar de existir no dia 30 de setembro desse ano. No more scraps, depoimentos, stalkers visitantes recentes, mensagem do dia, comunidades toscas, perfis fakes (desculpe-me você, mas eu tive um e fui muito feliz tá? #sdschocorango #choquieterna) etc. Tudo que um dia fez com que você passasse horas em frente a um computador, irá desaparecer (foi substituído pelo Facebook).

Entrando nessa vibe saudosista gerada pelo seu fim e pelo meme do mês passado, resolvi entrar na minha conta e ver os meus depoimentos e scraps antigos. Engraçado como as coisas mudam não é mesmo? Pessoas que eu jurava que estariam na minha vida para sempre, hoje não são mais do que meras lembranças. "Irmãs", viraram estranhas. Conhecidos, desconhecidos. Enquanto isso, pessoas que você talvez achasse que não durariam muito tempo, continuam lá, firme e forte, mesmo anos depois do último scrap que te deixaram.

Quem quiser me add. Cês tem até dia 29/09 rs

Dizem que o Orkut é que foi responsável pela população brasileira começar a entrar na internet. Acho que deve ter sido sim. Sou da época de que para se entrar na rede social, era preciso ser convidado por um amigo (que por sua vez, foi convidado por outro amigo....). Eu ficava enchendo o saco do meu irmão e da namorada dele da época para poderem me convidar, mesmo eu só tendo 12 anos. Não teria amigos lá, mas adorava essas coisas da internet já (tanto é que tinha até ICQ). Depois, liberaram o site para todos e lembro como os usuários antigos ficaram revoltados. Foi que nem aquela coisa do Instagram quando foi disponibilizado para Android - um deja vú cibernético. Nos meus 14 anos, descobri um mundo mágico ali, chamado "fakelândia" (tosco, i know) e fiz um fake da Roberta Pardo. Passava horas em frente a tela, conversando com Frank Ieros, Christopher Uckers, Mias, Anahis... Nossa imaginação não tinha limites. Fazíamos festas em tópicos de comunidades, namorávamos e sábiamos quem era cool e quem não era baseado na quantidade de profiles que a pessoa tinha. Depois de um tempo, virei Ashley Albright. Passei meu 2006 todo nessa realidade virtual que criamos para nós mesmos. Fiz amigos ali que até hoje tem um lugar especial no meu coração (um bjo macaca duuti e chapovan).

Eu sou canceriana e, sendo fiel ao meu signo, vivo com um pé no passado. Fiquei com saudades dessas amizades. Fiquei com saudades da pessoa que era há, no mínimo, quatro anos atrás. Saudades da inocência que tinha em acreditar que certas coisas o tempo não conseguiria mudar. Infelizmente, o tempo passou. Crescemos. A vida foi passando, acontecendo, e quando nos demos conta não tínhamos mais uns aos outros. Deletar o Orkut é como deletar parte do meu passado. Não poder mais acessar aquelas conversas quando eu quiser e me lembrar de pessoas especiais, vai ser difícil. A memória não dura pra sempre e, apesar dos pesares, o Facebook nunca vai ser o Orkut. Seja isso para o bem ou não.

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