GRATA

27 de nov. de 2015


E o thanksgiving passou, aquele dia maravilhoso de poder agradecer por tudo de bom que acontece na sua vida. As coisas ruins a gente não agradece, né? Sei lá, acho isso meio errado. Eu sou grata por tudo que acontece comigo... pelo menos tento ser. Até as coisas ruins, porque querendo ou não elas me ajudam a me tornar uma pessoa melhor. Não é como se eu tivesse passado por vários perrengues na minha vida, mas nesse dia de reflexão é sempre bom lembrarmos que, se não fossem pelas coisas ruins pelas quais passamos, não saberíamos dar valor pelas coisas boas.


SÍNDROME DO ESCRITOR

1 de nov. de 2015

Eu escuto mil vozes dentro da minha cabeça.

Eu não sou louca — pelo menos, eu acho que não. Eu gosto de pensar que eu sofro da síndrome do escritor. Eu não pesquisei isso na internet, então não sei se isso existe de verdade. Na verdade, "criei" essa síndrome durante o banho, enquanto dava espaço para mais uma dessa vozes tomar conta de mim e reproduzir diálogos imagináveis enquanto a água caía sobre minha pele.

Para mim, a síndrome do escritor é quando o escritor se vê obrigado a lidar com essas vozes na cabeça dele; esses personagens. São vários personagens que ficam se atropelando, querendo ter as vozes deles escutadas de qualquer jeito. Aí o escritor, coitado, se vê obrigado a sentar por horas na frente do computador e tentar passar para um documento do Word tudo que o personagem está disposto a contar: todos os diálogos, todas as aventuras as quais ele passou, todos os romances... Tudo isso para, no final do dia, ver se essa voz dá algum descanso para ele.

Isso acontece frequentemente comigo. É por causa dessas vozes que ficam se atropelando que eu nunca consigo terminar uma história. Elas falam, falam, falam e, de repente, se calam. Somem por algumas horas ou alguns dias. As vezes, nunca mais voltam. De repente, quando você menos esperar, uma outra voz vai surgir querendo contar a história dela. Foi assim com a Loiane, com a Magda, com a Rosie e com uma outra personagem cuja sumiço tem tanto tempo que eu nem lembro mais o nome dela.

Eu não sou louca, eu apenas tenho uma imaginação fértil demais para o meu próprio bem. 

VAMOS FALAR SOBRE QUANTICO?

29 de out. de 2015

Algumas semanas atrás, em um domingo qualquer, estreiou na ABC a série Quantico. Série essa que já me deixou louca e obcecada e já virou a minha queridinha. Dêem uma olhada nessa previa de oito minutos do primeiro capítulo para vocês terem uma noção o porque de tanto amor.



Para quem não está afim de ver o vídeo, não está com tempo, ou quer apenas um resumo rápido sobre a história, aqui está: a série é passada entre o passado e presente/futuro graças a vários flashbacks que rolam nos episódios. A personagem principal se chama Alex Parrish e ela, assim como um bando de gente que vamos conhecendo no primeiro episódio, é uma recruta do FBI. No presente/futuro, vimos que ela conseguiu sim virar uma agente, porém ela agora está sendo acusada de ser terrorista. Vemos logo no primeiro episódio que não, ela não plantou a bomba. Mas então quem fez isso e por que estão tentando culpa-la?

Gente, é tipo um Pretty Little Liars para os adultos.

A série ainda está no quarto episódio da primeira temporada, então dá tempo de você começar a ver-la e não se sentir sobrecarregado/a com a quantidade de episódios que ainda tem pra assistir. Achei esse link aqui, mas não testei nada, então não garanto que funcione — mas assistam para gente poder ter algo para pitacar e, como foi com a A, tentarmos adivinhar quem é o terrorista de Quantico (quem quiser comentar aqui também sobre o quão badass a Alex é, pode ficar a vontade. Minha girl crush da vez #queroserassimquandocrescer #girlpower #motivação). 

A CULPA TAMBÉM FOI MINHA

27 de out. de 2015

A culpa também foi minha.

Eu poderia ter te segurado pelo braço; te impedido de ir embora; ter lutado mais pela gente. Eu poderia ter me dedicado mais a você; ter te escutado mais; ter sido mais presente; ter escolhido você. Eu poderia estar ainda ao seu lado, se não tivesse sido tão orgulhosa.

Eu poderia ter feito mil coisas diferentes do que ter apenas te culpado.

Eu te culpei por todas as vezes que eu queria chorar e você não estava por perto. Te culpei por todas as vezes em que marcamos algo e você cancelou. Te culpei por todas as desculpas esfarrapadas que você me deu. Te culpei todas as vezes que você falhou em ver o quão triste eu estava, quando eu te dizia que estava "tudo bem".

Não, não estava tudo bem. Ainda não está.

Eu sinto falta da nossa inocência; de como tudo era mais fácil quando estávamos no colégio; de quando morávamos perto; dos depoimentos no Orkut falando de coisas impossíveis, tipo "pra sempre".

O nosso pra sempre foi apenas um ano; um mês; um dia; um segundo.

Mas a culpa também foi minha.

SÓ SEI QUE NADA SEI

23 de out. de 2015

Meu tempo de inocente quando eu ainda nutria várias ilusões em relação a profissão

Eu amo jornalismo. Amo mesmo. Amo tanto que o primeiro post aqui no blog foi exatamente sobre isso. Mas olha, ultimamente tem sido difícil seguir querendo ser uma.

Tudo começou em junho deste ano quando a Editora Abril fechou um bando de revistas — inclusive a Capricho, favorita de muitas adolescentes — e, consequentemente, demitiu vários funcionários. Aí, dois meses depois, veio a notícia de que o jornal O Dia demitiu entre 30 a 40 jornalistas. No final do mesmo mês, a notícia de que o segundo jornal de maior circulação do país, O Globo, iria demitir ao menos 30 jornalistas — isso sem contar as demissões que rolaram no começo do ano. Aí, algumas semanas atrás, ficamos sabendo do afastamento de um dos criadores do Globo News (cujo nome me falha a memória no momento).

Em um dos grupos de jornalistas ao qual eu faço parte no Facebook, um menino veio falar que estava pensando em prestar vestibular para jornalismo e queria saber qual era o piso salarial da profissão. Confesso que achei a pergunta tola porque jurava que era do entendimento de todos que jornalista não é valorizado e ganha uma merreca. Aparentemente não. Bom, o que aconteceu é que choveu comentários de jornalistas (e ex-jornalistas e aspirantes a jornalistas) falando para ele desistir dessa profissão, que se tem algo que eles recomendam é ele fazer alguma coisa — qualquer outra coisa! — menos isso, que não é vida, que o maior arrependimento deles é ter feito isso... Como Facebook é Facebook e sempre rola uma treta, várias pessoas falaram que essas pessoas estavam desencorajando o menino, que eles não gostaram da vida de jornalista e agora estavam amargurados etc. Eu fiquei ali, na minha, só acompanhando a treta e lendo os pitacos de todos. 

Curiosamente, há algumas semanas atrás, um casal de jornalistas de São Paulo que estavam visitando D.C. a passeio foram ao restaurante o qual eu estou trabalhando e começamos a conversar. A mulher trabalhou por vários anos na Folha e estava hoje em dia no Valor Econômico. Seu marido era jornalista do Valor também. Perguntei a opinião sincera deles sobre essa crise que estava rolando no jornalismo. Disse que falava três línguas e meia e sempre me apoiei nisso como garantia de conseguir trabalho (o que eu sei que não é). Ele me disse que para as pessoas que estão saindo da faculdade agora, existe mercado; para os mais experientes, não. O porque é simples: as empresas não estão dispostas a pagarem o que os profissionais experientes merecem e se contentam em pagar uma mixaria aos novatos, que precisam de experiência e estão dispostos a topar tudo. 

Isso é um ciclo vicioso que só prova o quão desvalorizada a profissão está. Hoje em dia, qualquer pessoa pode ser considerada jornalista. Principalmente agora, que nem temos mais a obrigatoriedade do diploma, basta você criar um blog/um canal no youtube/um twitter que você também pode ser considerado parte dessa profissão. É simples e é algo barato para as empresas, que continuam obtendo estagiários recicláveis. Acabou o tempo de um? Sem problemas, só anunciarmos vagas que vão chover opções. 

O que isso significa para o jornalista com anos de experiência? Para o estudante de jornalismo? Para a profissão? Perguntas as quais eu não tenho resposta e que, honestamente, desanimam muito a pessoa que fica quatro anos (as vezes até mais) estudando uma arte para... nada. Tenho amigos que se formaram/vão se formar, mas não pensam mais em exercer. E por que deveriam? A profissão é ingrata, você se mata de trabalhar por horas para não ganhar nem R$ 3.000,00 por mês (o que não é nada hoje em dia), tem que por a profissão sempre em primeiro lugar, muitas vezes só consegue trabalhar se conhecer alguém e raramente é reconhecido por todo o esforço e suor.

Eu costumava achar que sempre haveria espaço para quem realmente tem vocação para a coisa, quem ama e está determinado a correr atrás do que quer. Do jeito que as coisas andam, eu só sei que nada sei.

SOBRE A DELÍCIA DE SER QUEM SEMPRE FOMOS

18 de out. de 2015

Eu não mudo.

Amadureço, claro. Mas, lá no fundo, eu não mudo — continuo a mesma pessoa que era aos 14/15/16 etc. Parei para analisar isso olhando minhas fotos antigas no fotolog (não precisamos linkar porque ninguém é obrigado, né minha gente) e vendo que, deep down, eu continuo a mesma "poia," "mongol" de sempre. Eu tento melhorar, ser uma pessoa melhor, mas a minha essência continua a mesma. Sempre.


Vejam essa foto acima, por exemplo. Eu tinha 16 anos e estava indo para o meu segundo Prom (aquele baile que as escolas de ensino médio americanas têm) com o meu namorado da época. Eu estava no segundo ano e ele no último (para quem não sabe, são quatro anos de ensino médio aqui). Ele era aquele típico cara de filme, meio "too cool for school," popular, que ía em todas as festas, mais velho e jogava lacrosse. E eu era... bem, eu era eu. Não era super popular, não era líder de torcida, tinha amigos normais e uns não tão normais assim — era amiga de (quase) todos. Eu não tinha absolutamente nada de especial ou de fora do comum, mas mesmo assim namoramos. Eu nunca fiz questão de esconder quem eu era ou de fazer pose pra ninguém, e vai ver que, em uma escola onde todos queriam ser "cool," eu acabei me destacando pra ele. Nesse dia mesmo, acabou que não deu tempo para eu fazer o meu cabelo ou a minha maquiagem com profissionais, então  eu mesma fiz a maquiagem mas básica do mundo em mim (dá até a impressão que eu estou com cara lavada o que, na época, não estava na moda), prendi o meu cabelo com uma piranha e, como no meio do baile fiquei com o pé cansado por causa do salto, tirei o meu sapato e passei mais da metade da festa assim, descalça. Na hora da foto, nem me toquei que estava sem sapato e tirei a foto assim mesmo, meio "avacalhada". 

Eu gosto muito dessa foto. Muito mesmo. Acho que ela representa tudo que eu sou perante a sociedade. Enquanto o Evan está ali, parado, fazendo pose, todo sério, eu estou do lado dele, sorrindo, descalça e com o meu cabelo e maquiagem completamente na vibe faça-você-mesma. Eu nunca quis seguir padrões pré-estabelecidos por ninguém que não seja eu mesma, e eu sou feliz assim. Vou na contramão mesmo e não me importo se eu pareço uma completa idiota para as pessoas certinhas e chatas ao meu redor.

Eu falo palavrão, não sou super feminina, sou prática, sou basic, não tenho classe, não sei ser fina... mas vou te falar, eu prefiro ser essa mesma pessoa que sou há anos, do que ser um Evan da sociedade. Ser uma Carolina é bem melhor.

O NÃO TER "PACIÊNCIA COM QUEM TÁ COMEÇANDO" E A FALTA DE HUMANIDADE

9 de set. de 2015


Primeira dia em um trabalho novo. Você está nervosa(o), afinal, nunca fez isso antes/nunca trabalhou nesse lugar antes/está começando do zero. Pra piorar a situação, você não conhece ninguém. Então, você vai lá, toda(o) tímida(o) e começa a ser treinada(o). Tenta ser fofa(o) com a garota loira que está te treinando, mas não adianta. Ela tem a cara fechada pra você. Ela age como se te treinar fosse a pior coisa do mundo que pudesse estar acontecendo com ela, como se ela estivesse perdendo horas preciosas do dia dela que nunca mais voltarão. Ela se esquece que isso faz parte do trabalho dela e que ela vai ganhar até um bônus (um jantar de graça) no final do expediente. Cada hora que você tem uma dúvida, ela suspira alto e, sem a menor paciência, te explica o que você não estava entendendo. A partir daí, você começa a ficar com medo de pergunta qualquer coisa que seja a ela, porque né, ninguém quer receber patadas. Ela solta umas piadinhas com uns colegas do tipo, "nossa, por que quem tá começando agora tem que ser sempre tão lerdo? hahahahha brincadeira". Você aprendeu desde cedo que toda brincadeira tem um fundo de verdade, então você começa a tentar agir mais rápido, o que faz você se atrapalhar toda.

Essa garota é a Susana Vieira americana da vida real.

Isso não é legal.

Assim como essa fulana e a Susaninha, existem várias outras pessoas que também agem assim, de má fé. Essas pessoas esquecem que, um dia, elas também estavam começando. Ninguém nasce sabendo, e elas não são diferentes de ninguém.

Não, fulana, eu NUNCA trabalhei nisso antes e não tenho obrigação de saber fazer tudo, como você que já está trabalhando nisso tem mais de um ano. Não, fulana, sua falta de paciência não está me ajudando em absolutamente nada. Fulana, querida, quem sabe o motivo de você não ganhar tantas gorjetas é porque você não tem paciência para a vida. Fulana, meu amor, quem sabe se você demonstrasse um pouco mais de humanidade com os outros, se botasse no lugar do outro e se lembrasse que, um dia, você também esteve começando algo, as gorjetas não viriam.

A falta de humanidade de pessoas tipo a fulana e a Susana, no final, acabam prejudicando elas mesmas. Não só por conta do carma (que é uma bitch e vai te retribuir tudo em dobro), mas porque se elas tivessem paciência com quem está começando, a(o) novata(o) não teria dúvidas, trabalharia melhor e com mais confiança, e isso no final ajudaria a todos. Uma pessoa estando bem, faz com quem todos a sua volta fiquem bem também. Começar, errar, recomeçar... tudo isso faz parte do ciclo natural das coisas. Não é porque você está nesse trabalho agora, que você continuará nele amanhã. Lembre-se: ninguém nasce sabendo e arrogância não leva ninguém a lugar nenhum. Hoje, você sabe das coisas, amanhã pode ser que não tenham paciência com você.

ATÉ LOGO

20 de jul. de 2015


Hoje foi um dos dias mais difíceis da minha vida.

Graças a Deus, eu não tenho muita experiência com a morte. Eu só conhecia três pessoas que tinham falecido: meu tio-avô, o pai do meu primo e a minha cadela. Todas as vezes eu era criança e sempre fui poupada. Ficava triste, claro, mas não entendia direito o que estava acontecendo. Dessa vez é diferente. Já tenho 23 anos na cara e sinto tudo que acontece a minha volta, mesmo que esse "a minha volta" seja em outro país.

Minhas memórias de criança não são mais tão claras quanto foram um dia. Não lembro exatamente de coisas que você me falava, mas lembro perfeitamente da senhora na sua cozinha em Araruama fazendo comida. Lembro da senhora jogando o seu joguinho no sofa da sala. Lembro de falar que enquanto na casa da minha avó Therezinha, só passava Globo na TV; na casa da senhora, só passava as novelas mexicanas do SBT. Lembro de pedir nhoin-nhoin pra senhora e, depois de fazer um tempinho, a senhora chegar pra mim e falar "ah não Carolina, agora chega!" com aquela sua voz rouca de tantos anos com um cigarro entre a boca. Lembro de quando eu e a Paula pedimos para ver sua caixa de fotos uma vez e roubarmos várias fotos das nossas mães de quando elas eram crianças. Lembro de quando pedimos para ver essa caixa mais uma vez e a senhora disse "não, porque vocês vão roubar as minhas fotos!" A gente jurava que não ia fazer isso, mas aí íamos lá e fazíamos de qualquer jeito. Lembro - claro, nunca vou poder me esquecer - da senhora dando tapas na sua barriga quando tinha que soltar gases... e que gases. Não existia coisa mais típica da senhora do que isso. Todos nós sabíamos que quando a senhora dava esses três tapas na barriga, era para saírmos da sala porque ninguém aguentava.


Lembro do seu cheirinho (sempre tão perfumada), do seu toque quando a senhora "tirava piolho" da minha cabeça, de como eu admirava a tonalidade do branco dos seus cabelos (uma coisa tão fútil e tão besta, mas que agora está chegando a doer porque ninguém nunca mais vai ter essa mesma tonalidade, desse mesmo jeito). Lembro de você carregando a sua toalhinha pra cima e pra baixo, reclamando do calor que fazia no Rio de Janeiro. Lembro de reclamar porque era sempre "Não, mas o João fez isso, o João fez aquilo...". Lembro das histórias que a senhora contou pra mim, pro Juba e pra Thainá em Búzios em janeiro de 2012. Histórias de como a senhora se sentiu quando o Dermerval abandonou você sozinha com quatro filhas pra criar, de como você conheceu o pai do meu tio, de como você se sentiu quando a Tia Deise morreu.

A senhora foi guerreira até o fim. Lutou contra qualquer dificuldade que apareceu na sua porta. Criou quatro filhas sozinhas e, mesmo depois de ter sido abandonada pelo seu marido, teve coragem de tentar de novo. Se apaixonou novamente e dessa paixão nasceu o meu padrinho. Lidou com a morte precoce da sua filha mais nova e teve forças de continuar adiante. Apesar de todas as dificuldades de gênio que todas as suas filhas tinham/têm, teve fé que todos eles ainda iam voltar a se falar (porque, assim como a senhora, eles são teimosos). Não satisfeita em criar cinco filhos, ainda criou dois netos. No começo desse ano, casou uma. Apesar de falar que nunca ia passar do ano regente, a senhora era cheia de vida - mesmo com todos os problemas de saúde típicos da idade e de quem fumou por muitos anos. 


Em novembro faz dois anos desde a última vez que eu vi o seu rostinho, vó. Eu sempre fui assim, distante, esquisita, "fria" como minha mãe e meus amigos gostam de falar. A distância de mais de 2h (dependendo do trânsito) entre a capital e Araruama e o fato deu não ter carro foram as minhas desculpas em 2014.1 para eu não ter visto a senhora. Pra complicar mais ainda, eu ainda tinha o estágio e a faculdade. Mas a senhora entendia. A senhora nunca jogou isso contra mim. Sempre que estávamos juntas era uma festa. A senhora sempre soube que no fundo no fundo, por mais que eu não ligasse ou visitasse com tanta frequência, eu sempre sempre sempre amei a senhora. A senhora nunca teve dúvida disso.

Faz até sentido você ter se partido justo hoje, no dia do amigo. Afinal, não existia pessoa mais amiga e com mais amor pra dar com aqueles que você conhecia. Não existe uma pessoa nesse mundo que tenha algo ruim pra falar da senhora... por que será, né?

No final, só me resta agradecer. Obrigada por ter sido esse anjo, essa mulher guerreira e essa inspiração para todos nós. Obrigada por ser tudo que você foi, é e sempre será para os seus filhos, seus netos, seus irmãos, e seus amigos. Estaremos daqui de baixo tentando fazer a senhora se orgulhar da gente e eu sei que a senhora vai ficar, daí de cima, olhando por nós e nos guiando.


Te amo vó. Muito. Sempre. Obrigada por tudo.
Durma em paz.

Ps: Apesar de toda a minha frieza, é difícil achar uma foto aonde eu não esteja agarrada com a senhora. Meu abraço agora tem um vazio imensurável nele que só será preenchido quando nós nos encontrarmos novamente. Até logo, vó.

QUE COISA MARAVILHOSA QUE É O AUTO-AMOR ESTAR NA MODA

19 de jul. de 2015

De uns tempos para cá, eu tenho visto um bando de menina no meu facebook atualizando a sua foto do perfil. Tá, bacana, isso acontece o tempo todo. O que é que tem de tão diferente nisso? Meninas que antes viviam com o seu cabelo liso ou então com aquele ondulado juro-que-não-foi-babyliss-mas-na-verdade-foi estão agora assumindo seus cabelos reais. Muitas que antes tinham cabelos longos, aderiram a cortes mais curtos e estão assumindo seus cachos e ondas naturais.

Esse fenômeno também anda tomando conta de Hollywood. Acabei de assistir Trainwreck com a Amy Schumer e não posso descrever o quão bom foi assistir um filme onde a personagem principal é uma garota normal. Tá, também tem um bando de atriz que também tem aquela típica característica de menina normal (Milla Kunis, Natalie Portman...), mas é refrescante (sim, eu tentei traduzir refreshing) poder ver pessoas que tem o mesmo perfil, rosto, corpo que a gente conquistando as telonas. É bom poder se sentir representada por Hollywood, seja através da Amy, da J-Law, da Demi ou da Gina Rodriguez - e o mais legal é que andam surgindo cada vez mais pessoas fugindo do padrão Hollywood/sociedade (tipo a participante do Miss USA do ano passado).

Eu mesma parei de alisar a minha franja e resolvi aceitar o meu cabelo ondulado-as-vezes-querendo-ser-cacheado do jeito que ele é. Ok, que as vezes os cachos estão meio feios aí eu (re)faço essas partes com o babyliss, mas no geral eu aceitei e embraced (hoje tá complicado com as palavras. Rápido, alguém me dá um dicionário!) o meu cabelo do jeitinho que ele é. Eu poderia ser hipócrita e falar que também aceitei o meu corpo, mas ainda não estou lá. Um passinho de cada vez.

Apesar de ter um bando de gente idiota que fica pitacando sobre o corpo alheio, e um bando de publicitário e companhias idiotas objetificando o corpo feminino e tentando ditar a maneira de como uma mulher deve ser, é uma coisa muito boa olhar a TV e se sentir abraçada por personagens fortes que te representam. É bom poder ver mulheres fazendo coisas maravilhosas e dando um basta para o que a sociedade acha que elas podem fazer ou não. É muito bom ver gente que eu conheço - não precisa ser nem minha amiga não - se aceitando e se amando.

O post não tem cabimento e nem é pra ter. É um puro desabafo de contentamento com a sociedade e para onde estamos a caminho com ela. Se o começo dos anos 2000 foi a época das chapinhas e cabelos lisééérrimos, estamos agora numa fase de auto-amor e girl power contagiante. Ainda temos muita coisa pra fazer, mas estamos em um belo começo.

FELIZ ANIVERSÁRIO?!

7 de jul. de 2015

meu cupcake de aniversário - modesto, porém gostoso.

Ontem eu acordei, tomei café, enrolei no computador vendo episódios de Friends, fui pro pilates, fui no cinema, tomei meu banho, fui jantar, voltei pra casa, enrolei no computador e já vou dormir. Teria sido um dia normal como qualquer outro se não fosse por um pequeno detalhe:

Ontem foi meu aniversário de 23 anos.

Tirando uma fase rebelds aos 16 anos, eu sempre curti fazer aniversário. Uma das minhas melhores amigas diz que é pura carência, mas eu amo/sou receber parabéns das pessoas. Sejam estranhos, conhecidos, amigos, família... não importa. Pode ser da boca pra fora ou não (melhor ainda quando não é, né? hehe). Faz um bem danado pro ego saber que tem uma galera que gosta de você e que quer te desejar tudo de bom.

Eu também sou dessas que acha que, quando acordar no dia do aniversário, será uma pessoa melhor, mais evoluída espiritualmente, mais madura... Faço a mesma coisa no ano novo e, como nele, não acordo nem um pouco diferente da maneira que acordei no dia anterior.

Eu sempre acho que grandes datas ou grandes eventos vão me mudar, quando na verdade são experiências e aventuras que eu tenho que tem esse poder.

O dia 06 de julho é uma data normal para muitas pessoas. O fato de eu fazer 2.3 não muda nada na vida de ninguém, como também não muda nada na minha. Quando eu fiz a minha tatuagem, eu achei que logo depois eu ia virar mó lokona, ia sentir algo diferente quando, na verdade, me senti da mesma maneira que quando entrei no estúdio da minha tatuadora.

Fazer aniversário não preenche nenhum vazio na minha vida; o ano novo também não. Os vazios são preenchidos por idas inesperadas a Dallas com a minha melhor amiga francesa quando a passagem está barata; são preenchidos por noites em Miami com um super grupo de amigos; são preenchidos com fins de semana sem fazer nada com o meu namorado, deitado na cama dele e reclamando exatamente de não fazer nada; são preenchidos com conversas de horas via Facetime com a minha melhor amiga, ou então pessoalmente, quando eu vou passar a noite na casa dela, depois de ela me ajudar com um trabalho da faculdade; são preenchidos em conversas com amigos queridos que estão sempre perto de mim não importa o quão longe eu esteja; são preenchidos por noites com a minha antiga roommate amiga tentando aprender os passos de "We're all in this together" do HSM; são preenchidos por amigos da minha mãe e pelo meu padrasto que me levam pra jantar no meu aniversário para eu não passar a data completamente sozinha.

Fazer 1.4, 1.6, 2.1 ou 2.3 acaba não importando. O que importa são as experiências que eu vou agregando em mim em cada um desses anos; as pessoas que eu vou conhecendo e vão me mostrando um mundo de novidades.

Que esse ano não seja diferente <3.

RESPEITE PARA SER RESPEITADO

26 de jun. de 2015

Me pergunto o que leva um ser humano postar um vídeo de um outro ser (humano ou não) sendo aberto no necrotério. Me pergunto também o que leva esse ser humano a compartilhar tal vídeo pelo Whatsapp e o que leva as outras pessoas a compartilharem esse vídeo com amigos, familiares, pelo Facebook, pela Internet. Sério, o que leva essas pessoas a agirem de uma maneira tão sem coração?

O Christiano Araujo era famoso para uma metade de brasileiros. Para a outra metade, ele era um desconhecido. Independentemente do que ele fosse, antes de qualquer coisa, ele era um ser - ser esse que merecia ser respeitado seja na vida ou na morte. As pessoas, no entanto, fizeram o oposto disso. Tiraram foto do seu corpo sendo transportado para a ambulância, gravaram ele em seu estado mais vulnerável, tiraram foto do seu rosto já no caixão. 

Eu entendo que quando o assunto é alguém famoso, nós temos a tendência a deixar a razão de lado. Eu mesma sou culpada de fazer isso várias vezes. Agora, tudo na vida tem um limite. O Christiano era um ser humano como eu e você. Ele também sentia dores de barriga, também já deve ter ficado de ressaca depois de beber muito, também já fez merda que deve ter se arrependido depois... Botamos celebridades em pedestais e as vezes esquecemos que eles são humanos como nós - e da mesma maneira que você gosta de ser respeitado, eles também gostam.

Hoje em dia, estamos muito egoístas. Não pensamos mais na consequência que as nossas atitudes podem ter nos outros. Me pergunto, e se fizessem isso com você? E se a sua família visse um vídeo de você no necrotério? Como você acha que eles se sentiriam? Se você ainda estivesse vivo e pudesse falar alguma coisa, como você se sentiria? "Ah, mas eu não sou importante..." Para as pessoas que te amam, você é. Me recuso a pensar que por mais deplorável a pessoa que tenha tirado as fotos e gravado o vídeo seja, não tem ninguém que choraria no seu funeral ou lamentaria sua morte.

Se bote no lugar do outro. Esqueça o cantor Christiano Araujo e foque na pessoa Christiano Araujo. Se bote no lugar da mãe que perdeu um filho muito cedo. Se bote no lugar de uma família que perdeu a filha. Se bote no lugar de milhares de pessoas que choram por alguém que elas gostavam muito. Se bote no lugar dessas pessoas e pare. Reflita sobre suas ações. Aja contra elas e vire um ser humano melhor. Espalhe amor ao invés de ódio. Espalhe amor ao invés de egoísmo. 

Respeite a vida, o falecido e os vivos. Respeite para ser respeitado.

O BREGA E A INDIVIDUALIDADE

8 de jun. de 2015

Me disseram hoje que eu sou brega. 

Não foi uma coisa só do tipo "ah, você é brega". Não. Foram vários parágrafos detalhando exatamente o como eu sou brega e aonde eu posso "melhorar". Me foi dito que a maneira com a qual eu estou me vestindo agora é "pobre e suburbano" (?) e que eu poderia ser mais patricinha, como eu já fui. Tudo isso por conta das roupas meio anos 70 (que estão na moda, diga-se de passagem) e anos 90 que eu uso. Na verdade, tudo isso começou por conta do meu look pro Governor's Ball.


Mom's jeans, colete, blusa normal, sandália meio gladiator, gargantilha (ou coleira, como você quiser chamar), piercing (é fake, gente) e óculos de sol espelhado. Eu particularmente amei o meu look e a única coisa que eu mudaria nele seria acrescentar o meu chapéu preto (#basicbitch) que eu não pude usar por conta do vento. Eu estou numa fase as vezes meio hippie, as vezes dando umas voltas no grunge dos anos 90. E, me respondam, o que é que tem de errado nisso?

Se a cada temporada, as passarelas nos presenteiam com novos estilos, novas roupas, novas tendências, o que é que tem de errado a gente pegar inspiração nisso e a cada hora mudar um pouco? Moda é arte e arte nem sempre tem que ser levada a sério. Hoje em dia tudo tem que ter um motivo por trás, tudo tem que ter uma explicação divina e todo mundo acha que tudo tem que ser moldado de acordo com o seu gosto. Me desculpa, mas eu me recuso a ser completamente moldada ao gosto alheio.

Se a moda está sempre mudando, por que eu também não? Moda pra mim tem a ver com estado de espírito. Se eu acordar e estiver afim de me vestir "mais patricinha," beleza - vou me vestir assim. Se eu quiser me vestir mais grunge, o mesmo. Gosto de experimentar diferentes estilos, de passar por diferentes tribos e amo/sou me vestir para mim mesma

O ser humano tem que pitacar sobre tudo. Tudo bem, faz parte da nossa natureza. Eu faço, você faz, eles fazem... Eu entendo. Agora, a partir do momento que você quer que o outro seja que nem o que você acha que ele tem que ser, uma linha é cruzada que não deveria ser. Cada um tem que ser do jeito que quiser, se expressar do jeito que achar mais conveniente e se alguém não gostou, o problema é dessa pessoa (isso sem contar que essa história é de uma futilidade sem fim).

Vale lembra: gosto é que nem bunda e cada um tem a sua. 

03:30 AM THOUGHTS

6 de mai. de 2015


This is it.

These past couple of days have been very emotional. On Tuesday, I said goodbye to one of my best friends here, and today to other really really really close friends. Tomorrow, it will be even harder as most of my other friends are also leaving, and on the 15th of may… I can’t even let myself imagine what it will feel like.

This is it.

This whole abroad experience has been enlightening. I spent nine months with half of these people, and four with the other half. It might not look like a lot, but I know first hand how four months can change someone forever. We breathed the same air, stressed over the same things, complained (a lot of times) about the same people, ate at the same place (TDR, how I will miss you… not!), sang the same songs, danced to the same rhythm, and created unbreakable bonds that only we understand. What we shared is unique. Each one of us will leave American University carrying with us fragments of each other. I, for one, know that I will always carry a little bit of Egypt, France, Spain (oh, sorry! Catalunia), Guatemala, Nigeria, and Montenegro. That’s the beauty of the whole thing.

This is it.

With that being said, I just want to say thanks to everyone that made this year abroad as memorable as it could be. From the Miami days and nights, to the AU study sessions in the library, passing through the “is anyone in TDR?”, you guys made this much better and much more enjoyable for me. DC is no Europe or Brazil, but you guys sure helped me have a good time and feel at home. Now, all there is left is keep on following your adventures all over the world. Go on and conquer it all. I can’t wait to see where life will take us next.

This is it. This is over.

So long, AU. It's been one hell of a ride.

AMIZADES SUBSTITUTAS

26 de abr. de 2015


Existem pessoas cuja função é única e exclusivamente de preencher momentos em nossas vidas. Essas pessoas não nos completarão, não farão o nosso mundo rodar e, assim que tal momento acabar, elas irão embora de nossas vidas. O processo é simples.

A primeira vez que ouvi o termo foi quando eu vi, alguns anos atrás, o filme Tudo Acontece em Elizabethtown. O filme (que completa 10 anos esse ano) conta a história de Drew, que ao viajar ao sul americano para o enterro do pai, acaba conhecendo a maravilhosa Claire, que basicamente transforma a vida dele. No filme, esse ser humano abençoado interpretado pela Kirsten Dunst explica para ele que, assim que ela o viu, sabia que ele também era uma "pessoa substituta". Segundo o Urban Dictionary, uma pessoa substituta é aquela que substitui uma outra pessoa (provavelmente de mais importância) para um parente, um amigo, ou um namorado.

Bom, eu nunca levei muita fé no termo até vir fazer o intercâmbio.

No intercâmbio, tudo que vivemos é transitório. Tudo muda e nada é constante - algo que só parei para notar agora, no final. Fiz amizade com pessoas de vários lugares do mundo, pessoas que, em quase 1 ano, viraram muito importantes pra mim - pessoas que vão embora em menos de 1 mês e que provavelmente nunca mais irei ver. Essas amizades são substitutas. Como não temos nossos amigos e/ou nossa família por perto, aquelas pessoas que nos conhecem tão bem quanto nós mesmos, nos prendemos uns aos outros a fim de poder tentar preencher um vazio. Criamos momentos e lembranças e, assim que tudo isso acabar, cada um irá para o seu lado e não manteremos contato, a não ser por aquela curtida na foto do Facebook ou do Instagram.

É claro que também fazemos amizades com pessoas incríveis que esperamos que farão sempre parte das nossas vidas. Do meu grupo de amigos, tenho três pessoas que, pelo menos para mim, não são transitórias e não são substitutas. Quando essas pessoas forem embora, eu vou chorar e ficar realmente mal, porém, no fundo, eu sei que as verei cedo ou tarde novamente.

Sei lá, o post está um pouco sem cabimento. Acho que quis postar isso porque, finalmente, caí na real de que eu também sou/fui/serei a pessoa substituta de algumas pessoas - e não tem nada de errado nisso. Nem todas as amizades que fazemos na vida são feitas para durar uma eternidade; algumas são feitas para durarem um ano, um mês, um dia, um momento.

SELENA GOMEZ E A ETERNA DITADURA DA MAGREZA

22 de abr. de 2015

Recentemente, essas fotos da Selena Gomez apareceram na internet e o povo - claro - começou a pitacar.


Confesso que a minha primeira reação quando vi a foto foi felicidade ao ver que um celebridade (principalmente uma que eu tanto curto) estava com o corpo parecido com o meu. Sei lá, fez ela parecer mais humana, sabe?  Tipo, se a Selena Gomez poder estar com algumas gordurinhas pulando pra fora, então é perfeitamente aceitável que eu também possa.

Depois, o Hugo Gloss postou no instagram a foto dela de toalha para a série de fotografias do Mario Testino e foi só aí que eu vi a dimensão que as fotos dela de biquini tomaram. Os comentários variavam, mas a maioria criticava o peso atual da ex-celebridade da Disney. Os comentários que mais me chamaram atenção foram os seguintes: "nem parece que tá obesa", "ela não era magra assim naquela foto" e "foto com fundo branco pra dar aquela qualidade no photoshop". 

Gente, PARA QUE TÁ FEIO!

1) A Selena está longe de ser considerada obesa. Ela continua magra, continua linda, continua pegando caras gatos e continua maravilhosa. Ela usou um biquini ingrato que não favoreceu suas curvas - tipo eu, você, sua amiga e irmã quando usamos um biquini que não favorece. 2) Chamar a garota de gorda fez da sua vida mais feliz? Te fez mais magra? Acho que não. 3) E daí se ela tiver engordado um pouco? Queria eu que mais celebridades tivessem corpos assim, mais humanos, e não fossem escravos dessa ditadura da magreza que Hollywood e a sociedade impõe. Se mais celebridades se aceitassem assim, do jeito que são como a Selena parece estar se aceitando, tenho certeza que teríamos menos meninas(os) que sofrem de distúrbios alimentares - distúrbios esses que só aumentam quando meia dúzia de idiotas (e, se você for famoso, a mídia) ficam criticando o seu peso.

Eu já falei aqui antes sobre o Stop The Beauty Madness, mas parece que o povo está precisando dar uma lida de novo no projeto (porque não adianta ficar postando fotos sem maquiagem por um mês e depois ficar criticando o corpo alheio).

E para os haters, a Selena tem apenas um recado (que eu espero realmente que as pessoas guardem no coraçãozinho de cada uma): 

"Eu amo estar feliz comigo mesma, gente #temmaisoqueamar"

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