RESPEITE PARA SER RESPEITADO

26 de jun. de 2015

Me pergunto o que leva um ser humano postar um vídeo de um outro ser (humano ou não) sendo aberto no necrotério. Me pergunto também o que leva esse ser humano a compartilhar tal vídeo pelo Whatsapp e o que leva as outras pessoas a compartilharem esse vídeo com amigos, familiares, pelo Facebook, pela Internet. Sério, o que leva essas pessoas a agirem de uma maneira tão sem coração?

O Christiano Araujo era famoso para uma metade de brasileiros. Para a outra metade, ele era um desconhecido. Independentemente do que ele fosse, antes de qualquer coisa, ele era um ser - ser esse que merecia ser respeitado seja na vida ou na morte. As pessoas, no entanto, fizeram o oposto disso. Tiraram foto do seu corpo sendo transportado para a ambulância, gravaram ele em seu estado mais vulnerável, tiraram foto do seu rosto já no caixão. 

Eu entendo que quando o assunto é alguém famoso, nós temos a tendência a deixar a razão de lado. Eu mesma sou culpada de fazer isso várias vezes. Agora, tudo na vida tem um limite. O Christiano era um ser humano como eu e você. Ele também sentia dores de barriga, também já deve ter ficado de ressaca depois de beber muito, também já fez merda que deve ter se arrependido depois... Botamos celebridades em pedestais e as vezes esquecemos que eles são humanos como nós - e da mesma maneira que você gosta de ser respeitado, eles também gostam.

Hoje em dia, estamos muito egoístas. Não pensamos mais na consequência que as nossas atitudes podem ter nos outros. Me pergunto, e se fizessem isso com você? E se a sua família visse um vídeo de você no necrotério? Como você acha que eles se sentiriam? Se você ainda estivesse vivo e pudesse falar alguma coisa, como você se sentiria? "Ah, mas eu não sou importante..." Para as pessoas que te amam, você é. Me recuso a pensar que por mais deplorável a pessoa que tenha tirado as fotos e gravado o vídeo seja, não tem ninguém que choraria no seu funeral ou lamentaria sua morte.

Se bote no lugar do outro. Esqueça o cantor Christiano Araujo e foque na pessoa Christiano Araujo. Se bote no lugar da mãe que perdeu um filho muito cedo. Se bote no lugar de uma família que perdeu a filha. Se bote no lugar de milhares de pessoas que choram por alguém que elas gostavam muito. Se bote no lugar dessas pessoas e pare. Reflita sobre suas ações. Aja contra elas e vire um ser humano melhor. Espalhe amor ao invés de ódio. Espalhe amor ao invés de egoísmo. 

Respeite a vida, o falecido e os vivos. Respeite para ser respeitado.

O BREGA E A INDIVIDUALIDADE

8 de jun. de 2015

Me disseram hoje que eu sou brega. 

Não foi uma coisa só do tipo "ah, você é brega". Não. Foram vários parágrafos detalhando exatamente o como eu sou brega e aonde eu posso "melhorar". Me foi dito que a maneira com a qual eu estou me vestindo agora é "pobre e suburbano" (?) e que eu poderia ser mais patricinha, como eu já fui. Tudo isso por conta das roupas meio anos 70 (que estão na moda, diga-se de passagem) e anos 90 que eu uso. Na verdade, tudo isso começou por conta do meu look pro Governor's Ball.


Mom's jeans, colete, blusa normal, sandália meio gladiator, gargantilha (ou coleira, como você quiser chamar), piercing (é fake, gente) e óculos de sol espelhado. Eu particularmente amei o meu look e a única coisa que eu mudaria nele seria acrescentar o meu chapéu preto (#basicbitch) que eu não pude usar por conta do vento. Eu estou numa fase as vezes meio hippie, as vezes dando umas voltas no grunge dos anos 90. E, me respondam, o que é que tem de errado nisso?

Se a cada temporada, as passarelas nos presenteiam com novos estilos, novas roupas, novas tendências, o que é que tem de errado a gente pegar inspiração nisso e a cada hora mudar um pouco? Moda é arte e arte nem sempre tem que ser levada a sério. Hoje em dia tudo tem que ter um motivo por trás, tudo tem que ter uma explicação divina e todo mundo acha que tudo tem que ser moldado de acordo com o seu gosto. Me desculpa, mas eu me recuso a ser completamente moldada ao gosto alheio.

Se a moda está sempre mudando, por que eu também não? Moda pra mim tem a ver com estado de espírito. Se eu acordar e estiver afim de me vestir "mais patricinha," beleza - vou me vestir assim. Se eu quiser me vestir mais grunge, o mesmo. Gosto de experimentar diferentes estilos, de passar por diferentes tribos e amo/sou me vestir para mim mesma

O ser humano tem que pitacar sobre tudo. Tudo bem, faz parte da nossa natureza. Eu faço, você faz, eles fazem... Eu entendo. Agora, a partir do momento que você quer que o outro seja que nem o que você acha que ele tem que ser, uma linha é cruzada que não deveria ser. Cada um tem que ser do jeito que quiser, se expressar do jeito que achar mais conveniente e se alguém não gostou, o problema é dessa pessoa (isso sem contar que essa história é de uma futilidade sem fim).

Vale lembra: gosto é que nem bunda e cada um tem a sua. 

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